quinta-feira, 21 de março de 2013

Enterro de Emílio Santigo é marcado por homenagens de familiares e artistas

Cantor teve complicações respiratórias e no coração após sofrer um AVC



O enterro do cantor Emílio Santiago, morto na quarta-feira (21), aos 66 anos, foi marcado por homenagens de familiares e artistas. A cerimônia ocorreu no cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju, zona norte do Rio.

O músico Carlinhos Brown afirmou que Santiago era a voz mais internacional do Brasil. “Foi um grande poeta porque sempre soube escolher bem suas músicas, o que descia bem pela garganta. Estamos de luto. A música perde uma de suas maiores vozes”, disse.


Suposto filho de Emílio Santiago, Aleksander Nunes, 34 anos, retornou nesta quinta-feira ao velório do cantor e causou tumulto entre amigos e familiares

Segundo o cantor e ator Tony Tornado, Santiago era “o melhor cantor que havia no Brasil”. “Ele extrapolou os limites das suas canções. Ele nos deixa em um momento ruim para a música brasileira.”

O sambista Neguinho da Beija-Flor disse que a perda do amigo não tem tamanho. “É uma perda sem tamanho para os amigos e a MPB. Emílio é uma daquelas vozes inesquecíveis”, afirmou. O produtor musical Luís Carlos Miele disse que Santiago vestiu a camisa de Wilson Simonal, na sua opinião, o maior cantor do país. “Emílio era popular, uma referência para gravações de bossa nova”, disse.


"A música perde uma de suas maiores vozes”, disse Carlinhos Brown

Santiago estava internado desde o dia 7 de março, após sofrer um AVC - acidente vascular cerebral - isquêmico e teve teve complicações respiratórias e no coração, segundo informações do hospital Samaritano, em Botafogo.

O velório do cantor foi realizado na Câmara Municipal do Rio, em uma cerimônia aberta aos fãs. “Emílio Santiago foi um dos maiores cantores do Brasil. Era de um bom gosto impressionante. Era um grande intérprete”, disse a cantora Nana Caymmi, que esteve no local.



A atriz Marília Pêra também compareceu ao velório e lembrou que a presença do cantor era constante em seus espetáculos. “Ele sempre me prestigiava. Tinha uma técnica vocal muito apurada. Um timbre de voz especialíssimo, uma coisa divina. Já a cantora Alcione afirmou que com a morte do colega, se sente meio viúva. “Ele era tudo, como se fosse da minha família. Grande amigo e grande irmão. O Brasil perde mais uma voz masculina. Agora só temos o Cauby [Peixoto]”, disse.

Com 30 álbuns no currículo, Emílio Santiago foi premiado em 2012 com um Grammy Latino de melhor disco de samba/pagode com o álbum Só Danço Samba ao Vivo. O seu maior êxito foi a série de sete álbuns intitulada Aquarela Brasileira, lançada a partir de 1988, e que vendeu mais de 3 milhões de cópias. Para o pesquisador e historiador Ricardo Cravo Albin, o sucesso se explica pela qualidade do intérprete e pela seleção musical.

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